domingo, 23 de outubro de 2016

Volkswagen Phaeton

Uma limousine de alto luxo, com um visual limpo e conservador, tecnologia acima dos padrões e um baita motor W12. O Phaeton tinha tudo para dar certo, mas o emblema VW, chamado de carro do povo e o preço, o deixou tímido.
O Phaeton tinha, quase todas as qualidades de um Audi. O modelo começou a ser produzido em 2002, com a plataforma Volkswagen grupo D1, a mesma do Bentley Continental Flying Spur.
Por fora o Phaeton tinha uma aparência simples, que foi até chamado de "Passat maior". Nada muito extravagante. Na traseira nada de muito enfeite, e para abrir o porta-malas, era preciso apertar o emblema VW.
VW Phaeton 2008
Mas é por dentro que o modelo se revela. Na frente, painel com a mistura de couro e madeira. E ao lado do charmoso relógio analógico, a madeira dava lugar para a saída de ar-condicionado quando ligado. O computador no centro do painel atendia a maior parte das funções do carro, e tinha sistema de navegação e TV.
Atrás, podia ir três pessoas, mas a maioria cabia somente duas pessoas, e no meio um console que ia até a parte da frente, com o ar-condicionado traseiro, apoio de braço e algumas outras funções. Útil, pois nenhum executivo gostaria de andar espremido, e dificilmente alguém usaria o banco do meio em um carro desses. Além disso cada banco, inclusive o traseiro, tem regulagem elétrica. Os bancos também contavam com aquecimento e refrigeração.
Ao lançar o Phaeton, a VW mostrou a sua maior virtude. O motor 6.0 W12 com 414 cv, que fazia o Phaeton ir de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos, atingindo a velocidade máxima de 250 km/h limitada eletronicamente. De 2004 até 2011, o mesmo motor passou a render 444 cv e fazia de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos, o mesmo motor do A8 e é claro, do discreto esportivo da VW, o Nardo.
Motor 6.0 W12 do Phaeton
A limousine contava também com os motores 3.2 VR6, esse substituído em 2008 pelo 3.6 VR6, além do 4.2 V8. Também foi oferecido nas versões diesel, como o 3.0 V6 TDI à partir de 2004, e foi sendo atualizado, além do motor 5.0 V10 TDI. A transmissão era Tiptronic de 5 velocidades com motor W12. A suspensão contava com regulagem de altura.
Motor 5.0 V10 TDI do Phaeton
Mas o Phaeton também tinha seus defeitos. A primeira dela, já falado aqui, é ser da VW, o que fez com que o tipo de comprador desse carro preferisse um Audi, um Mercedes ou uma BMW, por mais caro que seja. Aliás, o Phaeton não era tão barato assim. Enquanto um Audi A8L 4.2 V8 custava US$ 69.000 em 2004, já o VW Phaeton custava US$ 65.000 nos Estados Unidos, uma diferença pequena para pegar uma marca mais privilegiada. O Phaeton também era mais pesado, que fazia andar menos e consumir mais que o A8.
VW Phaeton 2011
O luxuoso Phaeton também ganhou uma versão alongada em 2004, chamado de Long Wheelbase. E o principal mercado do modelo foi na China, onde vendeu mais. Em 2011 o modelo passou por uma reestilização, ganhando, faróis e lanternas de LEDs, e um novo volante.
VW Phaeton Long Wheelbase 2004
VW Phaeton 2011 China
VW Phaeton 2011
VW Phaeton 2011 painel
Inclusive já prepararam um sucessor, o Phideon, que já está disponível no mercado chinês.
VW Phideon

domingo, 18 de setembro de 2016

Cadê as peruas?

No Brasil as peruas, ou Station Wagon, já tiveram seus momentos de sucesso. Era uma variedade enorme de escolhas. Mas em 2001 três monovolumes ofuscaram as vendas delas. Com porta-malas grandes, altas, e com várias mobilidades de bancos, Chevrolet Zafira, Renault Scénic e Citroën Picasso, mostrou um outro lado do conceito de carro de família.
Hoje a sobrevivente mais barata do Brasil desse segmento cada vez mais em extinção, é a Fiat Palio Weekend. Nascida em 1997, o modelo tinha duas funções: substituir a Fiat Elba e ofuscar as vendas da VW Parati.
Fiat Palio Weekend
Em 1999 a perua se arrisca em um novo segmento, a de aventureiros urbanos, com a Palio Weekend Adventure, a primeira perua nacional aventureira. E deu certo, tanto que é vendida até hoje!
Fiat Palio Weekend Adventure
E por falar em perua aventureira, antes da Palio Weekend, A Subaru já tinha explorado esse mercado no país em 1997, quando importou o Outback, uma perua aventureira baseada no Legacy. Mas não era só uma roupagem off-road não. O Outback tinha um motor Boxer 2.5 16V de 150 cv, que fazia de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e atinge a velocidade máxima de 198 km/h, além da tração integral.
Subaru Outback
Logo em seguida, a Volvo entrou na brincadeira, com o seu V70 XC, e em 1999, a Audi também resolveu fazer o mesmo com a perua A6 Avant, e criou o Allroad Quattro.
Volvo V70 XC
Os alemães sempre foram feras em construir peruas familiar, que dá para escapar um pouquinho para as pistas de corrida e acelerar. Quem lembra do Audi S4 Avant 93/94 que pertenceu ao campeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna? Hoje, de perua esportiva da Audi, só sobrou o RS6 Avant, com motor 4.0 TFSI 32V Turbo de 560 cv, tração nas quatro rodas e transmissão Tiptronic de 8 marchas, que faz de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos atingindo a velocidade máxima de 250 km/l (limitado eletronicamente). Que beleza hein!
Audi S4 Avant
Audi RS6 Avant
Como disse, os alemães são especialistas em fazer peruas, e eles conseguem inovar sem perder o foco, como é o caso do Mercedes-Benz CLS Shooting Brake, uma perua com corpinho de coupê. Com um motor 5.5 V8 turbo, o CLS Shooting Brake 65 AMG faz de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e velocidade limitada de 250 km/h.
Mercedes-Benz CLS Shooting Brake
Mercedes-Benz CLS Shooting Brake
Mercedes-Benz CLS Shooting Brake

No Brasil

Eu me lembro quando viajamos em um Santana Quantum, carro muito prático e confortável. Dava para pegar o que quiser no porta-malas sem precisar parar o carro, o tampão que dá acesso é de correr, e se fosse no sedã, seria diferente.

VW Santana Quantum
As peruas por aqui tiveram uma grande variedade, também na versão duas portas. A primeira delas por aqui, foi o DKW Vemag, produzido em 1958.
DKW Vemag
Mais tarde a Volkswagen lançou o Variant em 1969, e o mercado deixou de ser tímido, e a Ford chegou com a Belina em 1970, a Fiat lançou o Panorama em 1980, e a Chevrolet chegou com o Marajó também em 1980.
VW Variant
Ford Belina
Fiat Panorama
Chevrolet Marajó
Não, não me esqueci deles. Em um segmento maior, a Chevrolet lança o Caravan baseado no sedã Opala. O grupo Souza Ramos modificou alguns Mavericks sedã, e os transformou em perua em 1978, com uma grande "inovação" para a época: tinha quatro portas.
Chevrolet Caravan
O segmento de peruas continuou, com a Fiat Elba, Chevrolet Suprema, Chevrolet Ipanema, VW Quantum, Ford Versailles Royale, Ford Escort SW, Chevrolet Corsa Wagon e VW Parati, além dos importados.
Ford Versailles Royale
VW Parati
Chevrolet Corsa Wagon
Vale lembrar também dos franceses Citroën C5 Break que tinha suspensão automática, o Xsara Break, Citroën Xantia Break, Peugeot 306 SW e Renault Laguna Station Wagon.
Citroën C5 Break
Peugeot 306 SW
Mais tarde a Peugeot deu continuação com o 307 SW, esse tinha uma ampla mobilidade nos bancos e teto de vidro até os passageiros de trás, 407 SW e 206 SW, que chegou para brigar com a Parati e Palio Weekend, e ganhou uma versão aventureira, chamado de Escapade. A Renault chegou o com o Mègane Gran Tour.
Peugeot 307 SW
Peugeot 207 SW Escapade
De japonês nacional, a única que se arriscou por aqui foi a Toyota, com o Corolla Fielder.
Toyota Corolla Fielder
Hoje, com a dominação dos crossovers, sobraram poucas opções mais acessíveis no mercado nacional: Fiat Palio Weekend, VW Spacefox e VW Golf Variant.

Internacional

Antes da chegada das minivans, como o Grand Caravan, os Estados Unidos também tinha uma boa variedade de peruas como os clássicos Chevrolet Bel Air Nomad,  o famoso Ford Contry Squire, Chevrolet Biscayene Station Wagon, Ford Taurus Wagon, entre outros.
Chevrolet Bel Air Nomad

Ford Country Squire
Chevrolet Biscayene Station Wagon
Ford Taurus Wagon
Nenhuma Station Wagon com marca americana sobreviveu com essa onda de crossover. Peruas nos EUA apenas de marcas estrangeiras, minivans, ou multivans, parecidas com o Ford Transit.

Se no continente americano as peruas estão cada vez mais extintas, na Europa é diferente. Lá existe uma ampla gama de peruas, e não param de ser lançadas. Exemplo disso o Fiat Tipo Station Wagon lançado esses dias.
Fiat Tipo Station Wagon
Fiat Tipo Station Wagon
O mercado de peruas no velho continente é tão bom, que a Ford lançou o Mondeo por lá, baseado no Fusion, e ainda com a versão Wagon, podendo ainda ter uma mais luxuosa chamado de Vignale.
Ford Mondeo Vignale
Ford Mondeo Wagon
Inclusive a Toyota vende por lá as peruas Auris Touring Sports e Avensis Touring Sports. Já a Honda vende o Civic Tourer.
Toyota Auris Touring Sports
Toyota Avensis Touring Sports
Honda Civic Tourer
Honda Civic Tourer
O Opel Astra ainda vive por lá desde que foi lançado, com o Astra Sport Tourer. Maior e mais luxuoso, a Opel vende também o Insignia Sport Tourer, que conta com uma versão esportiva chamado de OPC e a aventureira Country Tourer.
Opel Astra Sport Tourer
Opel Insignia Sport Tourer OPC
A Skoda também oferece uma ampla gama de peruas, como a Octavia RS 4x4 Combi, Octavia Scout, Superb Combi e Fabia Combi. A espanhola Seat também tem o Leon ST.
Skoda Octavia RS 4x4 Combi
Skoda Superb Combi
Skoda Fabia Combi
Seat Leon ST
A Volkswagen também está tranquilo por lá com as peruas Golf Variant e Passat Variant, mesmo com crossover, SUV e minivan, inclusive os dois modelos tem versão aventureira.
VW Golf Variant
VW Passat Variant
A sueca Volvo, ainda vende o V60, e ganhou a novidade do luxuoso V90, contando com uma versão aventureira Cross Country.
Volvo V60 Estate
Volvo V90 Estate
Volvo V90 Estate
E é claro, a Audi, BMW e Mercedes continuam vendendo suas peruas no mundo todo.
Autdi A4 Avant
BMW Série 3 Touring
Mercedes-Benz Classe C Estate
Bem, que esse segmento está cada vez mais em extinção, não podemos negar, quem sabe um dia eles estarão de volta!